Foto: Renan Mattos (Arquivo Diário)
Em visita ao estado de São Paulo nesta quinta-feira, feriado de Corpus Christi, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) visitou parentes em sua região de origem, foi aclamado por fiéis na Marcha para Jesus e sinalizou uma possível candidatura à reeleição. Em discurso de improviso na cidade de Eldorado, onde foi criado, o presidente disse acreditar que, no futuro, receberá o voto de apoiadores e não apoiadores.
- Meu muito obrigado a quem votou e a quem não votou em mim também. Lá na frente todos votarão, tenho certeza disso - disse o presidente, que estava cercado por moradores.
Já à tarde, na capital, indagado se pretende tentar a reeleição, disse que descarta a ideia caso seja aprovada "uma boa reforma política". Do contrário, estará à disposição dos eleitores, afirmou.
Os apelos do presidente não foram levados em conta
- Olha, se tiver uma boa reforma política eu posso até, nesse caldeirão, jogar fora a possibilidade de reeleição. Posso jogar fora isso aí. Agora, se não tiver uma boa reforma política e se o povo quiser, estamos aí para continuar mais quatro anos.
A uma semana do segundo turno, em outubro passado, Bolsonaro afirmou que vinha conversando com o Congresso para criar um projeto de reforma política que acabasse com a possibilidade de um presidente disputar um novo mandato.
- O que eu pretendo, tenho conversado com o Parlamento também, é fazer uma excelente reforma política para acabar com o instituto da reeleição, que, no caso, começa comigo, se eu for eleito - afirmou quando disputava a Presidência com o petista Fernando Haddad.
Já neste ano, em entrevistas à Jovem Pan em abril e à revista Veja no final de maio, o presidente admitiu disputar mais um mandato em 2022.
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Nesta quinta, ele foi recebido aos gritos de "mito" na 27ª edição da Marcha para Jesus, na capital. Bolsonaro foi o primeiro ocupante do Palácio do Planalto a passar no considerado maior evento evangélico do Brasil, idealizado em 1993 pela igreja Renascer em Cristo. A agenda serviu para Bolsonaro renovar seu pacto com os evangélicos, segmento que lhe apoiou em peso na eleição. O presidente, um católico com esposa e filhos evangélicos, investiu na ideia de que ele e o público eram um só.
- Foi Ele quem nos deu a Presidência", disse à multidão. Afirmou ainda que os evangélicos "foram decisivos para mudar o país" e que, se era Deus acima de todos, logo depois vinha "a família respeitada e tradicional acima de tudo.
Aos milhares de participantes, Bolsonaro agradeceu a Deus por estar vivo, numa referência à tentativa de assassinato no ano passado em Juiz de Fora (MG). Disse ainda estar cumprindo as promessas de campanha e que a população e a classe política precisam acreditar que podem fazer a diferença para a melhoria do país.
O presidente pediu à plateia para "mandar um grande abraço à evangélica Michelle", sua esposa, e ainda fez gracejo com o apóstolo Valdemiro Santiago, da Mundial do Poder de Deus, uma das autoridades políticas e religiosas no palco. Bolsonaro pegou o chapéu de vaqueiro, uma das marcas de Valdemiro, pôs na cabeça e depois jogou o adereço para o público. Prometeu voltar à Marcha para Jesus no ano que vem, "se Deus quiser".